Falta financiamento às franquias
Nunca se falou tanto em empreendedorismo no País como nos últimos anos. Desde que começou a se popularizar, na década de 1990, o governo tem contribuído com medidas eficazes para o desenvolvimento do País, principalmente nos últimos cinco anos, com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (2007) e com a Lei do Microempreendedor individual (2008). - O Brasil já é o país que possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), que soma 17,5%, que é a taxa de proporção de pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores de negócios nascentes, ou seja, com menos de 42 meses de existência. No ranking são listados 59 países, como China, Rússia, índia e México. Mas será que é possível afirmar que o Brasil é o país dos sonhos para se tornar um empreendedor? Talvez para alguns sim, mas para os empreendedores que atuam no segmento de franquias, a resposta é não.
Embora a taxa de mortalidade das franquias seja baixa, o seu investimento inicial é alto. De cara, em média, são necessários R$ 300 mil para se montar o negócio, além de capital de giro disponível para os primeiros meses. Dessa forma, é praticamente impossível fazer a aquisição de uma franquia sem contar com um financiamento junto às instituições financeiras. Diversas instituições já dispõem em seu portfólio de serviços do financiamento para empreendedores que desejam se tornar franqueados.
O grande problema é a falta de comunicação entre agências e instituições financeiras, que se reflete na falta de conhecimento neste tipo de produto. Com estes empecilhos, o empreendedor acaba, muitas vezes, desistindo dos negócios.
Em 2012, de acordo com uma pesquisa feita por uma empresa franqueadora com 80 empreendedores e candidatos a franqueados, 13% disseram não ter interesse em fechar negócio pelo fato de os bancos não saberem orientar o serviço de linha de crédito.
O dado pode parecer irrelevante porque representa apenas uma empresa franqueadora, mas chega a ser astronômico quando multiplicado pelas mais de 2 mil franqueadoras existentes no País. Se hoje o Brasil vive um bom momento, possivelmente poderia ser bem melhor se houvesse um ajuste de comunicação interna nas instituições financeiras.
Eloy Tuffi